Nelson Magalhães Filho. Da série NOITES FELINAS, 1999, mista s/ tela, 135X105 cm.
NOITES DE RECÔNCAVO
Recuso-me degustar
malícias atarracadas
derramadas sobre os pratos
intumescidas, emboloradas
como ração para os ratos
que parasitam estercos
no sacerdócio doentio
dos sugadores anônimos.
As portas de entrada das fachadas
estão lacradas
ruindo
com as falácias entupidas
dos meus ventrículos.
Ao bel prazer
prossigo cauteloso
como o cansaço de um monge
abismado
que suporta sem alarde
o desabrochar dos disfarces
forjados
nos tempos de apuros
quando revelavam-se os desígnios
grosseiros da blasfêmia.
Dissimulo crimes
quando brincava com o fogo.
Algo acidental
vegeta meu coração.
Menosprezo meus infortúnios
caminho pelas bordas
esquivando-me das descargas
negativas
que anseiam fazer poleiros
nos troncos de minha alma...
Luciano Fraga
Próximo Livro Fundação Lusíada/ MIL: "António Quadros: nos 100 anos do seu
nascimento"
-
ÍNDICE
ANTÓNIO QUADROS, INTÉRPRETE DA CULTURA BRASILEIRA | António Braz Teixeira
ANTÓNIO QUADROS E A FUNDAÇÃO LUSÍADA | Abel Lacerda Botelho
ANTÓNIO ...
Há 7 horas
2 comentários:
Muito bom este poema. Denso e belo, Buenas.
anônimo responde...
bom e belo o conteúdo deste blog...
Postar um comentário